domingo, março 20, 2005

O meu olhar...

Aquele olhar que sorria para ti quando suspiravas.
Aquele olhar que seguia o teu movimento com uma paz incalculavel.
Aquele mesmo olhar ao qual tu disses-te estar apaixonado.
Aquele olhar que viste chorar, até mesmo sofrer.
Aquele olhar que so tu conseguias penetrar, que so tu sabias onde estava o fundo.
O olhar que mudou por ti, que se moldou á tua imagem.
O olhar que tu usas-te e despresas-te.
O olhar que destruiste.
O olhar que alguem conceguiu possuir...
Agora, já é tarde...


O meu olhar...

A minha Força.

Queres-me tornar em algo que eu não sou.
Queres-me fazer acreditar em algo que não é meu.
Queres de mim o que sabes que não posso dar.
E assim tentas moldar-me á tua imagem.
Mas esqueceste-te que o que me tornou assim foi a minha força e essa tu não consegues moldar.

Uma gota de amor.

Talvez o seu olhar procura-se algo, uma gota de amor talvez.
Provavelmente ela pensava nele, pensava no amor que ainda tinha para lhe dar.
Mas ele em troca deu-lhe dor e uma ferida no coração.
Um ferida que ainda está aberta e sangra quando alguem lhe toca.
Uma ferida que talvez um dia alguem a feche ou a abra mais.
Foi enquanto ela pensava nele, que ele arranjava mais uma maneira para a magoar, para usar dela.
Foi enquanto ela sonhava que ele a traía e ofendia.
Foi enquanto ela sentia que ele a apunhalava.
E foi quando ela abriu os olhos que ele desapareceu.
Foi quando ela se ergueu que ele caiu.
Foi quando ela caminhou que o pisou.
E agora enquanto ela apesar de feria continua erguida e de olhos abertos que ele se tornou pequeno e infeliz.

Shoota Babylone.

Quero sair da babilónia.
Partir em busca do arco-irís.
Sentar-me sobre uma nuvem e ver passaros de almofada a dançar.
Quero comer um caramelo de lego.
Voar entre as arvores de açucar.
Escorregar por entre gotas de chuva amarelas.
Quero sonhar... sonhar... sonhar...

A mim mais uma vez.

E aí ela se encontra mais uma vez sozinha num mundo grande e assustador.
Sem o minimo calor para a aquecer e a fazer feliz.
Sem um unico abrigo, sem refúgio.
Ela deixa-se ficar assim, sem medo sem angustia,
Assim perdida sem querer ser encontrada.
Porque sente a sua alegria no conforto do seu amor próprio.
Não precisa de dividi-lo com ninguem, e assim...
Ficam juntos até que a morte os separe.
E continua a caminhar como agua que cai para não ser ouvida.
Como o vento que sopra para não ser sentido.
Continua a ser amada sem saber.

Soube um dia.

Saber que não te encontras ao meu lado,
Saber que não te posso agarrar,
Saber que não te posso sentir,
Saber que nem te posso falar,
Faz com que eu saiba que mudas-te, que te tornas-te vazio.
Todo aquele amor que te dei foi em vão.
O que me deste fez com que eu percebesse o quanto sou especial,
Fez-me mudar e sentir me viva.
Fez com que eu agora olhe para trás com um sorriso na boca por saber que um dia fui feliz, mas que agora sou ainda mais.

Fiquei viciada, agarrada e por fim Feliz.

Ultima lágrima.

Deixas-te me para trás, esqueces-te te de mim. Esqueces-te quem eu era. Mas ainda sofres por saberes que nunca mais vais ter o meu amor como tives-te.
As minhas lágrimas continuam a correr por ti. Mas a ultima lágrima não vai ser tua, o ultimo sorriso não vai ser teu, a ultima caricia não vai ser tua. O ultimo bocado de mim não vai ser teu, vai ser meu.

Para mim, talvez.

Pensas que não consigo ver através dos teus olhos, mas eu vejo uma alma fria e magoada, de quem o mundo se esqueceu.
O brilho de alegria que desapareceu e a força que a ele se segue.
Sentes-te abandonada pelo teu próprio coração.
O mundo virou-te as costas e sentes-te fraca, e perdida.
Tem calma pequenina, ainda estás a meio do caminho. Isto acaba por passar.

Ternura.

Penso que talvez não seja o ideal para mim, que uma unica vez possa ter incertezas, que me sinta distante e amarga.
Espreito pela fechadura da porta do quarto onde a minha felicidade se encontra fechada, vejo a cada vez mais distante e pequena mas a unica coisa que me separa dela é esta porta dura e fria chamada dor, a unica força possivel para a derrubar, é a da minha alegria.
Começo agora a esboçar um sorriso de ternura no meu coração...

Preciso de ti.

Tentei procurar-te, encontrar-te, trazer-te até a mim, olhar para ti uma ultima vez.
Fugis-te, escondeste-te, tives-te medo.
Assustaste-me, amedrontaste-me... agora queres que te procure, queres que faça tudo de novo outra vez.
Agora ganhei forças, vou deixar que me procures a mim, vou apagar as esperanças, vou desligar do teu mundo.
Vou deixar de pensar em ti enquanto fico sentada á espera...

Luz.

Mais uma vez eu caminhava, mas desta vez estava sozinha e no escuro e sentia que aquele pequeno ser que uma vez me havia sorrido estava agora com medo da luz que eu transportava na mão.
Aquele pequeno ser que me ensinou a sorrir ao mesmo tempo que as lágrimas corriam pela face, aquele ser que me ensinou a libertar os meus sentimentos, hoje ele tinha medo da minha luz, hoje ele respirava dor e devorava a escuridão. Hoje ele ia-me fazer sofrer, chorar sem o pequeno sorriso, hoje ele ia-me magoar.
Mas não, eu tinha força suficiente para manter a minha luz acesa, tinha alegria para fazer com que a chama continua-se a arder.
O medo apoderava-se de mim e a minha luz quase se fundia na escuridão, mas eu apertava-a, eu sorria e ela voltava a crescer e a iluminar o meu caminho.
Por fim cheguei. Parei. Entrei. Apaguei a minha luz, agora estava no conforto do meu lar, estava junto de mim.
Senti o pequeno ser a aproximar-se com a respiração acelarada, mas quando sentiu aquele calor, aquele amor não aguentou e fugiu.
Agora quando acendo a minha luz, fico na esperança de poder voltar a encontrar aquele que um dia me sorriu.

Tristeza.

E ali estava eu, mais uma vez, caminhando sozinha, mas desta fez senti que algo me olhava.
Voltei-me.
Vi um pequeno ser que me admirava enquanto esboçaca um enorme sorriso.
Ali estava ele á espera que lhe sorrisse também mas em vez disso baixei a cabeça e serrei os olhos.
Ele começava agora a perder a felicidade e quando voltei a olhar o sorriso lindo que havia no seu rosto tinha desaparecido e em vez disso tinha agora os olhos enxarcados de lágrimas.
Quando lhe perguntei o que se havia passado ele respondeu-me:
Não tenho medo da minha infelicidade, liberto-a, deixo-a sair.