domingo, março 20, 2005

Luz.

Mais uma vez eu caminhava, mas desta vez estava sozinha e no escuro e sentia que aquele pequeno ser que uma vez me havia sorrido estava agora com medo da luz que eu transportava na mão.
Aquele pequeno ser que me ensinou a sorrir ao mesmo tempo que as lágrimas corriam pela face, aquele ser que me ensinou a libertar os meus sentimentos, hoje ele tinha medo da minha luz, hoje ele respirava dor e devorava a escuridão. Hoje ele ia-me fazer sofrer, chorar sem o pequeno sorriso, hoje ele ia-me magoar.
Mas não, eu tinha força suficiente para manter a minha luz acesa, tinha alegria para fazer com que a chama continua-se a arder.
O medo apoderava-se de mim e a minha luz quase se fundia na escuridão, mas eu apertava-a, eu sorria e ela voltava a crescer e a iluminar o meu caminho.
Por fim cheguei. Parei. Entrei. Apaguei a minha luz, agora estava no conforto do meu lar, estava junto de mim.
Senti o pequeno ser a aproximar-se com a respiração acelarada, mas quando sentiu aquele calor, aquele amor não aguentou e fugiu.
Agora quando acendo a minha luz, fico na esperança de poder voltar a encontrar aquele que um dia me sorriu.